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21 de agosto de 2020

Relato de um viajante


13/08/2020

Caminhos.

Passei por muitos caminhos que eu poderia falar sobre. Idade e experiência, desde cedo, foram coisas completamente dissociadas em minha vida. Eu passei uma infância e adolescência transitando entre ler dezenas de livros num mês (eu fazia competição comigo mesmo porque eu não tinha irmãos ou amigos na época), ir pra fazenda, pro meio do mato, ou jogar videogame 10 horas seguidas (e isso me rendeu uma fluência em inglês anos mais tarde). Será quando que o caminho da gente começa? Será que é quando nascemos? Será que é quando nossa alma decide reencarnar? Será que é só quando fazemos 18 anos e achamos que agora o mundo vai ser nosso? Será que é antes de tudo isso? Ou será que é depois? Não sei.


Com 18 anos eu tomei uma decisão que impactaria total e completamente em todos os próximos caminhos que eu seguiria a partir dali.


Eu conheci o paganismo e a bruxaria muito novo, eu devia ter uns 12, 13 anos. Com 14 anos eu comecei a acompanhar a Tradição Caminhos das Sombras pelo msn, pelo orkut e participar dos treinamentos online que aconteciam por uma sala do MSN. Eu nunca gostei muito da Wicca, nunca foi minha primeira opção. Eu comecei a ler sobre Bruxaria Tradicional bem cedo e aquilo lá fazia muito sentido pro meu coraçãozinho. Também passei pelo Helenismo (tenho muito carinho por esse período até hoje!), passei pelo Druidismo e Recons. Celta (sou da época das listas do Yahoo, amava!) e continuei namorando alguns caminhos pela internet.


Em outubro de 2010 eu me tornei organizador do Encontro Social Pagão (ESP) em Goiás e fiquei até 2017 por lá, quando me mudei pra Brasília. Em 2010, a primeira palestra foi uma multidão de gente e se não fosse o Agathos pegado um bus de BSB/GYN e ido me dar um help presencial, o encontro não teria sido tão bom quanto foi.


Abril de 2011.
Eu tinha acabado de fazer 18 anos no dia 18. No dia 30, eu estava descendo do carro do Poseidon com o Agathos, indo pro meu primeiro ritual presencial e primeiro ritual da TCS. Foi na casa da Naelyan. Era um Beltane e o tema era o Amor pelas diversas formas de arte e as várias expressões do amor através da arte. A oficiante do rito foi a Aerin. O amor e a beleza que eu senti naquele ritual ficaram marcados em mim e a devoção e fé da Aerin também. Logo que eu cheguei eu fiquei impressionado. Era uma casa de dois andares que de longe você via as pinturas de deuses egípcios, símbolos mágicos e pentagramas nas paredes. Quando eu vi a Naelyan eu não falei oi, eu falei "Naelyan me dedica?" ela riu e pediu pra gente conversar. A Aileen estava lá montando uma câmera num tripé, porque ela tinha tido a ideia de começar um canal da TCS nno YouTube e ia gravar um vídeo da Naelyan sobre os Dragões. No ritual estavam todos os iniciados da TCS na época, e no final a Naelyan pediu pra eles falarem pra mim o que significava ser parte da TCS. Foi um bate papo de horas, muito gostoso. E no final a pergunta "E aí, você tem certeza de que você quer se dedicar?" Em Lammas de 2011, eu me dediquei.


Lammas de 2020.
Eu queria ter falado das dores, dificuldades, tristezas e decepções nessa jornada até aqui. Queria ter falado como 2013 foi um ano tenso e intenso e também foi o ano que eu me iniciei. Queria ter falado das confianças adquiridas e quebradas ao longo da jornada. Queria ter falado dos outros caminhos que a TCS me estimulou a caminhar, me apresentou e me apoiou quando nem quem eu considerava amigo na época, apoiava.


Mas eu me toquei chegando agora nesse momento do texto que a única coisa que eu quero falar é que sou grato. De peito aberto e com sinceridade. Bem grato mesmo, por todas essas pessoas incríveis que passaram pela minha vida, pelo padrinho mais bruxão que alguém poderia pedir (te amo Agathos) e pela melhor iniciadora que o universo poderia me proporcionar (te amo Naelyan). Eu também pensei em agradecer aos Deuses e aos espíritos, e aos mortos e aos Dragões. Mas deixa pra outra hora. Agora eu quero só mostrar minha carinha de cansado, de senhorzinho de quase 30 anos e de felicidade depois do meu rito de renovação de votos iniciáticos que fiz nessa madrugada do dia 12 pro dia 13.


E não tem como agradecer sem falar da nossa Rainha e do nosso Rei. Da nossa Lua e do nosso Sol. Obrigado Hécate e Pan, por continuarem me inspirando e me apoiando mesmo quando eu me engracei com outros amores pelas estradas. Essa jornada também é sobre vocês.


7 anos de iniciado. Quem diria!
Que venham mais 7, sob as bençãos do Cronocrata!

Álex Hylaios

7 de julho de 2020

Bruxaria: História, Tradições e Conceitos.


por Álex Hylaios, 2020.


Bruxaria, Feitiçaria, Bruxa, Feiticeira, Enchantress, Socière, Witch, Wizard, Magia, Macumbeira, Stregoneria, Caminho Maldito, Caminho dos Condenados, Caminho da Noite, Pharmakeia, a Arte, o Caminho dos Antigos. Diversos termos, ignorantes e corretos, foram utilizados ao longo da história da humanidade na busca de definir àquelas pessoas que trabalhavam com o mundo espiritual, com o invisível e com encantamentos e feitiços na busca dos mais variados resultados. É necessária a compreensão mínima da história de nosso caminho espiritual para não reproduzirmos discursos preconceituosos, ignorantes ou errados do ponto de vista histórico; ou também para que não sejamos apenas ovelhas que seguem um  caminho sem questionar como e porquê chegamos ali. Buscamos também não nos tornar inquisidores da verdade única da bruxaria, onde nosso conceito está correto e o do outro está errado; mas buscamos ir além disso, compreendendo as diversas bruxarias, históricas ou não, que surgem ao longo do tempo em nossa história enquanto espécie humana. O Conhecimento como aprendi na da TCS (Tradição Caminhos das Sombras) é sagrado, e é por isso que buscamos nos esforçar para ampliar e aprofundar cada vez mais nossos conhecimentos, principalmente os que envolvem nossa fé e nossa magia. Aqui buscaremos elaborar um panorama de como o conceito da Bruxaria e sua história se fazem presentes e refletem em nossa prática, caminho, história e formação enquanto wiccanos e bruxos modernos, além de reconhecer a importância de se fazer esse debate já no início de nossa caminhada de aprendizado.

Doreen Valiente e seus instrumentos de altar.

O termo em português bruxaria/bruxa é genérico. Sua origem é traçada desde a Era Antiga (séc. III A.E.C.) da Península Ibérica (atualmente onde se localizam Portugal e Espanha) e é caracterizado como tendo raízes pré-latinas, ou seja, que não vieram do idioma latim; junto com outras palavras como cama, morro, sarna e bezerro. Ao longo da idade média (séc. VI-XV E.C.) o termo vai abranger a prática da magia por pessoas que tinham algum vínculo com o diabo cristão e utilizavam de sortilégios para afetar a ordem natural das coisas, que era àquela definida por deus. Segundo o historiador estadunidense, Jeffrey Burton Russel, existem três pontos de vista principais sobre o que é bruxaria e o que é ser bruxa: “o primeiro ponto de vista é o antropológico e demonstra que bruxaria é sinônimo de feitiçaria; o segundo é o histórico, que através de documentos escritos coloca qualquer tipo de bruxaria
como uma prática ligada ao culto ao diabo; o terceiro é o da bruxaria moderna ou hodierna,que defende a bruxaria como uma forma de religião pagã (ou neo-pagã), esse último sendo um ponto de vista normalmente defendido por wiccanos.”

Partindo desse ponto, temos então a perspectiva de que a história da bruxaria se divide em
alguns campos:
● Campo Mágico-Religioso: sendo definido pelos que se consideram bruxas e bruxos,
descendentes ou não de práticas antigas/medievais e que enxergam a bruxaria como
parte de um sistema espiritual amplo e complexo;
● Campo Documental Cristão: baseado nos relatos advindos da Igreja Católica e
Protestantes ao longo da idade média e moderna, que definem a bruxaria
essencialmente como um culto ao diabo cristão e de práticas “maléficas” contra os
“cristãos de bem”;
● Campo Histórico-Antropológico: o que define a bruxaria enquanto conceito, sinônimo
de todas as práticas de feitiçaria ao longo da história da humanidade, independente
das sociedades ou civilizações que eles tenham feito parte. Aqui ele entra como
sinônimo de magia, feitiçaria e animismo;

Nesse sentido, entendemos então que a busca por sanar nossa dúvida sobre o que é bruxaria e
a sua história passa, necessariamente, por uma definição prévia de qual o local de fala que
estamos partindo para iniciar esse debate, ou seja, qual conceito científico, histórico ou
religioso usaremos para iniciar essa conversa.

Gerald B. Gardner e seu espaço ritualístico.

A nossa bruxaria começa na década de 50. A Wicca, como início do culto bruxo moderno, marca um processo longo e ainda em curso de resgate e ressignificação do que é a bruxaria e seu real propósito no mundo de hoje. Gerald Brosseau Gardner (13 de junho de 1884 - 12 de fevereiro de 1964/ 79 anos) foi o fundador do caminho da bruxaria na Inglaterra, bem como o primeiro a vir publicamente se definir como bruxo. Robert Cochrane (26 de janeiro de 1931 – 3 de Julho de 1966/ 35 anos) trouxe imediatamente um antagonismo para as práticas de bruxaria na Inglaterra, pois ele rechaça a filosofia gardneriana e passa a chamar os wiccanos como “Bruxaria Gardneriana” ou “os seguidores de Gardner”. Cochrane vai definir suas práticas diferenciando-as da Wicca e do legado de Gerald Gardner. Se com certeza podemos chamar Gardner de Pai da Wicca e da Bruxaria Moderna, Robert Cochrane seria o principal ator na fundação das vertentes mágico-espirituais que vão buscar se afastar daquela ensinada por Gardner: Cochrane é o pai da Bruxaria Tradicional. Hoje, mais de 50 anos depois, temos diversos grupos de bruxarias, tradicionais e modernas, advindas dos primeiros conflitos e
picuinhas do meio pagão :)

Meio pagão? Quando começamos a usar esse termo; paganismo?

No período da contracultura e movimento new age pós segunda guerra mundial. Naquele tempo as pessoas mais jovens estavam ansiosas buscando uma nova resposta para a vida, que não fosse a de fundo cristão, que na perspectiva deles tanto mal tinha causado na cultura e na influência sobre as duas Grandes Guerras da humanidade. Ao longo da década de 50 (menos de 15 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial) estourou na Europa e principalmente nos Estados Unidos, a ideia de que a cultura bélica que levou o mundo a beira da destruição não servia mais, eles tinham que ir contra essa onda, mudar. Foi então que surgiram movimentos das mais diversas formas sociais que buscaram oferecer sentido a essa demanda dos jovens: o feminismo, o movimento hippie, o movimento ambientalista, a cultura de paz, a eco espiritualidade, o xamanismo moderno, etc. Na europa o movimento do neodruidismo estava em plena ascensão assim como o movimento odinista nórdico e Asatru. Nos EUA a Wicca finca suas raízes e encontra na figura da Grande Deusa a função social de prover àquelas mulheres com uma espiritualidade que finalmente as tratava como protagonistas principais, e não mais como meros adereços reprodutores da cultura patriarcal machista; nascia o Dianismo, com o foco único e total na Deusa. E ao longo dos anos esses praticantes assumiram a identidade de neopagãos ou pagãos modernos, buscando uma raiz identitária nos cultos agrários pré-cristãos e definindo todas as sociedades politeístas em paganismo, pois entendiam a Natureza como divina e sagrada. Daí que vem o uso do termo nos dias de hoje.

É muito comum ouvirmos falar de diversas Tradições de bruxaria no Brasil e no mundo. Mas quando começou esse movimento de sociedades e grupos secretos relacionados a magia? Podemos definir um ponto comum nas ordens mágicas e esotéricas da Europa durante os séculos XIX e XX. Desde então tivemos enormes “booms” de grupos e caminhos ligados direta ou indiretamente as práticas que chamamos de Bruxaria. A Bruxaria hoje pode ser definida como um conjunto de práticas mágico-espirituais, que possuem ou não um corpo religioso-sacerdotal, vinculada ao culto da natureza enquanto meio de se reconectar com o divino. Alguns caminhos de Bruxaria como: Clan of Tubal Cain, 1734 Tradition/Cochrane’s Craft, Sabbatic Witchcraft, se situam dentro do que chamamos de “Bruxaria Tradicional” (BT). Essas vertentes em sua maioria não reconhecem a função sacerdotal dentro da Bruxaria, nem entendem a Arte como um caminho religioso, estando vinculados literalmente ao conceito de “Craft”, que pode ser traduzido para o português como “Arte” ou “Ofício”.
Ao fundo: Robert Cochcrane. 

Eles também não possuem necessariamente a ideia de sacralização da natureza ou a identidade pagã. Já a Wicca Moderna, Dianic Tradition e Tradição Caminhos das Sombras por exemplo, reconhecem a Bruxaria como um caminho também religioso e sacerdotal e treinam iniciadas e iniciados para atuarem em seus grupos e comunidades como líderes religiosos. É importante frisar que mesmo possuindo um caminho religioso e sacerdotal, a maioria desses grupos não excluem ou negam as práticas da magia e da feitiçaria como ofício, vinculadas historicamente ao folclore popular das bruxas e defendida por grande parte dos praticantes de BT.

Sabemos que um dos grandes movimentos de ascensão da Bruxaria na modernidade foi e ainda é devido ao movimento feminista e sua busca pela sacralidade feminina no contexto espiritual. Tais anseios levaram as mulheres a encontrar na Wicca uma divindade criadora que lhes proporcionou identidade e um caminho religioso com o qual se sentiam pertencentes sem se sentirem inferiores ou abaixo das figuras masculinas. Graças ao trabalho de Doreen Valiente, ao sair do coven de Gerald Gardner e desenvolver novas liturgias e textos sagrados com enfoque na Deusa; e Z. Budapest criando o conceito de “Sagrado Feminino” e o movimento diânico, ocorre uma ressignificação das práticas de Wicca e Bruxaria no ocidente a partir da década de 70; inicialmente nos Estados Unidos e posteriormente em outros grupos de bruxaria pelo mundo, onde a o Sagrado Feminino ganha um enfoque muito maior e em alguns casos, exclusivo, no culto ao Divino Feminino (Dianismo). Após isso a Wicca torna-se mundialmente conhecida como a Religião da Deusa.

No Brasil, a bruxaria como conhecemos hoje começou a criar raízes em meados da década de 90 em listas de discussões de emails onde praticantes e interessados no tema se reuniam para trocar experiências e ensinamentos sobre a bruxaria e a Wicca. A partir desses grupos, organizaram-se grupos de mulheres e posteriormente tradições de bruxaria, que vão desenvolver um trabalho público principalmente no Centro Oeste, na cidade de Brasília, e no Sudeste, na cidade de São Paulo e no Rio de Janeiro.

Hoje em nosso país possuímos grupos de variadas origens e definições. Desde grupos de Traditional Witchcraft (BT), Diânicos, do paganismo nórdico, druidismo e wiccanos, temos visto cada vez mais a bruxaria vir a público e se consolidar como uma das diversas formas de caminho espiritual existentes no Brasil.

O processo de estudar a bruxaria e o neopaganismo e sua história é longo e interminável. Até porque, como poderíamos parar de estudar e compreender algo vivo, mutável, adaptável que desperta cada vez mais no coração dos sinceros buscadores da Arte? Como poderíamos pensar em não distribuir e instigar cada vez mais conhecimento para àqueles que buscam os Antigos Caminhos como sua maneira de expressão espiritual e religiosa nos mundos? O que Hécate pensaria de nós se não trabalhássemos dia a dia para que a Bruxaria possa chegar para todas àquelas pessoas que foram marginalizadas, inferiorizadas, maltratadas e diminuídas? A história da Bruxaria continuará a ser contada e escrita ao longo das eras.

E nós iremos perpetuá-la cada vez mais. Pois esse é nosso legado.


REFERÊNCIAS PARA LEITURA:
- Drawing Down the Moon: Witches, Druids, Goddess-Worshippers and Other Pagans in
America. Margot Ader, 1979.
- History of Witchcraft, Sorcerers, Heretics, and Pagans. Jeffrey Burton Russel. 2007.
- História da Bruxaria, de Jeffrey B. Russel e Brooks Alexander. 2007.

28 de abril de 2020

O que os Deuses têm a dizer sobre a COVID-19?

                                                 


Eu e a Aileen tivemos a ideia de puxar mensagens dos nossos deuses de culto para tratar de alguns temas que vemos em outros caminhos. Enquanto a maioria das mensagens dos temas que tocamos têm o filtro espiritualista ou cristão, nós sentimos a necessidade de traduzir a mensagem para a nossa visão pagã do mundo.

Uma das formas que temos como sacerdotes de fazer isso é canalizar mensagens dos Deuses. Invocamos a divindade e escrevemos o que sentimos que vem. Começamos com a COVID-19, doença para a qual muitos buscam explicação. Nós não buscamos explicar a doença ou o que está acontecendo hoje, mas sim descobrir o que os Deuses teriam para nos dizer. Talvez palavras de conforto, conselhos, até mesmo uma bronca, quem sabe?  

Para isso, cada um foi meditar com sua Divindade principal. Eu meditei com Pan, a Aileen foi conversar com Aset, e nós não mostramos o que eles trouxeram até que os dois tivessem puxado a mensagem. A parte mais interessante de fazer dessa forma é que nossas mensagens não foram influenciadas uma pela outra. Entendemos a palavra dos Deuses nos pontos em comum de ambas.


Mensagem de Pan sobre a pandemia de COVID-19, canalizada por Álex Hylaios 
em 20/04/2020

Busquem poder, Busquem proteção 
Pois nem todos à salvo vão estar 
Está na hora de confrontar a ganância do seu povo
E essa disputa ridícula contra a própria terra, parar

Aos que buscam respostas, elas ainda não virão 
Ainda não conseguem nem perceber a soberba de vocês 
Na busca incessante, de satisfazer algo que nem mesmo sabem o que é
Será que foi a Natureza que decidiu reagir?
Ou será que foram vocês, brincando de roleta russa, que decidiram há muito tempo não mais a ouvir? 

Os sinais sempre estiveram aí. As vozes permaneceram falando para os que se dispuseram a ouvir. Mas vocês mais uma vez insistiram em não se abrir. Não se abrir para a Natureza. Não se abrir de verdade para si. 
Esse estado de calamidade é perene. E motivado por sua própria espécie. A única diferença é que agora ele atingiu a existência de vocês. Outras espécies sofrem há muito mais tempos de males que foram vocês que trouxeram para cá. E fizeram algum ritual, alguma vigília ou isolamento especial para elas?

Não está na hora de buscar respostas e salvação. Está na hora de se perceber parte desse todo e trabalhar em prol de uma verdadeira integração. 
A cura a Terra já ofereceu. Sempre existiu. 
Mas enquanto estiverem dependentes desse sistema falido… Vão continuar perdidos, fingindo que ninguém sabia, que ninguém ouviu.


4 de dezembro de 2019

O que o Louco aprende com o Carro?



Sobre a questão de que qualquer variante vale para uma leitura oracular. Ou, porque eu não gosto de aplicativos de Tarot. (Ou, sobre o que o Louco aprende com o Carro.)


Há uns tempos eu concordaria 100% com a afirmação de que até uma parede em branco serve como variante para se oracular. Mas hoje em dia depois de acompanhar alguns postulantes à tarólogos e depois de alguns erros crassos em leituras que eu fiz, eu cheguei a conclusão que essa afirmação é válida até certo ponto. A principal variante de uma leitura oracular é a intuição do próprio oraculista. Essa é uma verdade na maioria dos caminhos oraculares que dependem em maior ou menor grau de uma aproximação pragmática com o oráculo. No caso do Tarot, temos em mãos um dos oráculos, senão o maior de todos os oráculos, com nenhum ou quase nenhum tabu em sua leitura. Ele funciona, simples assim. Para qualquer pergunta feita, o Tarot terá uma resposta dada. Mas e quando erramos a pergunta, onde está o problema? As respostas mais prováveis são; 1: a pergunta foi feita de forma burra/errada - e essa é facilmente identificável por um tarólogo experiente. 2: o tarólogo deixou seu ego/inseguraça/indecisão/limitação/etc interferir na análise da resposta - muito mais comum do que imaginamos, seja porque o tarólogo tem uma leitura rasa, pouco treinamento ou simplesmente porque ele não estava em um bom dia. 3: o cabresto que a ferramenta impôs a intuição/capacidade de leitura do tarólogo foi maior do que a mesma seria capaz de superar - e é por essa variante que eu não uso certos métodos de leitura oracular. Não porque não funcionam; mas sim porque não funcionam tão bem quanto funcionariam se eles não fossem o meio de leitura NAQUELE momento. Explico, e utilizarei o arcano do Carro para desenvolver minha ideia. 

O Arcano VII possui uma simbologia básica bem objetiva: uma pessoa forte, empoderada, altiva, visivelmente saudável e focada, conduzindo dois cavalos; geralmente de cores diferentes, um branco e um preto. Os cavalos representam os impulsos que guiam o condutor do Carro; seguindo a lógica da Jornada do Louco, seria o próprio Arcano 0 decidindo qual rumo seguir, orientado por seus dois cavalos, de nomes: Razão e Emoção. 
Essas são as variantes (i)limitantes da leitura do oraculista. Razão e Emoção. Quando se parte da ideia de que qualquer variante é possível e qualquer ferramenta também, em qualquer momento do dia/mês/ano; ele começa a ver sinais e mensagens em qualquer balançar de folhas. Bateu uma brisa? É a resposta para a minha pergunta. E pode até ser, sem sombra de dúvidas. Mas e se for uma resposta complexa, cheia de variantes internas/externas que sua intuição não foi treinada a perceber através de uma simples brisa? Mesma coisa para um exemplo oposto. Quando se limita a leitura oracular a uma forma unicamente objetiva e que tem variantes externas a intuição do oraculista (por exemplo, o código-fonte de programação criado pela pessoa que elaborou o aplicativo), ela perde grandes possibilidades de profundidade que a intuição seria capaz de provocar. A leitura fica enviesada. É a típica resposta: você é assim porque seu signo é Áries.
A biga, símbolo tradicional do Arcano 7 que representa o veículo utilizado para se chegar a um objetivo, se puxada demais para um lado se destroça, porque a força inversamente proporcional provocada pelo outro lado, vai aplicar uma lei básica da física. Os condutores de bigas egípcios eram profundamente temidos pelos seus inimigos, pois eles sabiam da dificuldade de se opor a força de uma biga conduzida corretamente; principalmente por conta das diversas defesas que ela possuía contra flechas, lanças, espadas e cavaleiros num cavalo só. A única chance dos guerreiros em derrubar uma biga era desequilibrar um lado dela, geralmente atingindo um dos cavalos, ou causar dano diretamente ao condutor. 

Nessa perspectiva, porque eu não acredito que todas as formas de oráculos funcionam 100% do tempo para todas as pessoas? Simples; porque a pessoa muda. O oraculista muda. Ele varia. E sua intuição junto. E assim como a pessoa muda, muda o arcabouço de símbolos, filtros e de intuição; muda a percepção gerada naquela hora. 
Assim como o condutor do Carro precisa manter um equilíbrio entre sua razão e sua emoção para seguir rumo a um objetivo concreto, nossa intuição precisa ser estimulada e não limitada pela forma oracular que você decide utilizar. 
Se o condutor não sabe para onde quer ir, não adianta ter a melhor forma oracular possível que sua dúvida não será respondida. Assim como será se o condutor for experiente, estiver num bom dia, com sua intuição afiada e sabendo exatamente onde quer chegar; não serão dois cavalos de madeira que o levarão rumo ao objetivo. A limitação atuando sobre a sua intuição, seja ela interna ou externa, é o que conta no final. Tocar as teias do destino exige responsabilidade, sobre si e sobre os que chegaram até você. Seja responsável e isso significa ser atencioso e cuidadoso com as mensagens geradas, principalmente se for pra você mesmo. 

E nem falamos de outras variantes... porque quando o Carro chega a seu destino, ele enfrenta a consequência direta por ter escolhido àquele caminho; a Justiça, entregando justa retribuição pelos atos que o levaram àquela escolha. 

E não é o Carro que você escolheu que dirá se a retribuição será boa ou ruim. 

Álex Hylaios.

13 de novembro de 2019

Magia com Cristais e Pedras - Como Começar?

Hoje estamos num período onde o consumo de produtos esotéricos rende discussões extensas sobre consumismo, superficialidade e acusações de uma espiritualidade mercantil. Mas você sabia que não precisa ter armários com dezenas de pedras ou ser um ultra mega bruxo para conseguir acessar seus poderes e bençãos? 


O primeiro passo é escolher com quem você quer trabalhar. É parecido com chegar em um novo ambiente, seja escolar, profissional ou universitário. Você bate o olho em determinada pessoa e pensa: "Uau! Quero ser amigo dela.". Vamos começar assim com magia de cristais e pedras. Escolha. Olhe para alguma pedra na loja ou mesmo no seu estoque e sinta qual delas está te chamando e vice-versa. Não pense em várias. Foque em encontrar apenas uma. 


Pronto. 

Agora você irá realizar etapas de trabalho com esse cristal: 

- Descubra a natureza energética dele. Como? Pergunte ao próprio cristal! Pode parecer estranho mas igual você faria com uma pessoa que acabou de conhecer, começar a trabalhar com pedras exige um determinado nível de tempo e esforço pessoal; da mesma forma que exigiria para você criar uma nova amizade. 
- Estabeleça algum tema prioritário para trabalhar por meio da atuação do cristal. Pode ser prosperidade, cura emocional, tratamento de algum trauma, melhora da sua saúde; não importa. Apenas escolha um tema pessoal e foque em trabalhar para você. 
- Determine junto com o cristal como você irá trabalhar aquele tema. Peça conselhos ao mesmo e se abra para os insights. 
- Atue magicamente sobre a questão com a ajuda do cristal.

Modelo de meditação com cristais/pedras:
- Sente-se confortavelmente. 
- Respire e equilibre a sua energia corporal.
- Segure o cristal em sua mão esquerda (energia receptiva, ao lado do coração, aberta a criar conexões)  
- Entre em estado meditativo. (Não sabe como? Clique aqui ou aqui e descubra!)
- Veja um local de poder que represente aquele cristal para você. Pode ser uma montanha ou uma planície toda feita daquele cristal, pode ser uma materialização do espírito do cristal, pode ser uma sensação emocional vinda do cristal em sua mão, não importa muito como você criará esse cenário. Ele apenas precisa ser funcional. 
- Converse claramente e objetivamente com o espírito do cristal. Pergunte os seus gostos e o seu padrão de atuação energética. Como ele gostaria de ser tratado e o que mais sua imaginação permitir. 
- Agradeça e volte para o presente, se desconectando do estado meditativo e voltando para o aqui e agora. 

Mais dicas: 
- Crie um altar para seus cristais
- Estabeleça uma rotina de orações e oferendas para os cristais
- Oferendas simples como: banhá-los em água gelada, ofertar incensos e ervas, músicas e mantras, etc. 
- Aterre seus cristais de tempos em tempos. Coloque-os na terra e deixe por pelo menos 10 minutos. 
- Leia sobre Magia de Cristais e veja vídeos sobre!

Tenham uma ótima jornada através dos Tesouros da Mãe Terra.
Álex Hylaios.
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