Relato de um viajante - Sátiro Urbano
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21 de agosto de 2020

Relato de um viajante


13/08/2020

Caminhos.

Passei por muitos caminhos que eu poderia falar sobre. Idade e experiência, desde cedo, foram coisas completamente dissociadas em minha vida. Eu passei uma infância e adolescência transitando entre ler dezenas de livros num mês (eu fazia competição comigo mesmo porque eu não tinha irmãos ou amigos na época), ir pra fazenda, pro meio do mato, ou jogar videogame 10 horas seguidas (e isso me rendeu uma fluência em inglês anos mais tarde). Será quando que o caminho da gente começa? Será que é quando nascemos? Será que é quando nossa alma decide reencarnar? Será que é só quando fazemos 18 anos e achamos que agora o mundo vai ser nosso? Será que é antes de tudo isso? Ou será que é depois? Não sei.


Com 18 anos eu tomei uma decisão que impactaria total e completamente em todos os próximos caminhos que eu seguiria a partir dali.


Eu conheci o paganismo e a bruxaria muito novo, eu devia ter uns 12, 13 anos. Com 14 anos eu comecei a acompanhar a Tradição Caminhos das Sombras pelo msn, pelo orkut e participar dos treinamentos online que aconteciam por uma sala do MSN. Eu nunca gostei muito da Wicca, nunca foi minha primeira opção. Eu comecei a ler sobre Bruxaria Tradicional bem cedo e aquilo lá fazia muito sentido pro meu coraçãozinho. Também passei pelo Helenismo (tenho muito carinho por esse período até hoje!), passei pelo Druidismo e Recons. Celta (sou da época das listas do Yahoo, amava!) e continuei namorando alguns caminhos pela internet.


Em outubro de 2010 eu me tornei organizador do Encontro Social Pagão (ESP) em Goiás e fiquei até 2017 por lá, quando me mudei pra Brasília. Em 2010, a primeira palestra foi uma multidão de gente e se não fosse o Agathos pegado um bus de BSB/GYN e ido me dar um help presencial, o encontro não teria sido tão bom quanto foi.


Abril de 2011.
Eu tinha acabado de fazer 18 anos no dia 18. No dia 30, eu estava descendo do carro do Poseidon com o Agathos, indo pro meu primeiro ritual presencial e primeiro ritual da TCS. Foi na casa da Naelyan. Era um Beltane e o tema era o Amor pelas diversas formas de arte e as várias expressões do amor através da arte. A oficiante do rito foi a Aerin. O amor e a beleza que eu senti naquele ritual ficaram marcados em mim e a devoção e fé da Aerin também. Logo que eu cheguei eu fiquei impressionado. Era uma casa de dois andares que de longe você via as pinturas de deuses egípcios, símbolos mágicos e pentagramas nas paredes. Quando eu vi a Naelyan eu não falei oi, eu falei "Naelyan me dedica?" ela riu e pediu pra gente conversar. A Aileen estava lá montando uma câmera num tripé, porque ela tinha tido a ideia de começar um canal da TCS nno YouTube e ia gravar um vídeo da Naelyan sobre os Dragões. No ritual estavam todos os iniciados da TCS na época, e no final a Naelyan pediu pra eles falarem pra mim o que significava ser parte da TCS. Foi um bate papo de horas, muito gostoso. E no final a pergunta "E aí, você tem certeza de que você quer se dedicar?" Em Lammas de 2011, eu me dediquei.


Lammas de 2020.
Eu queria ter falado das dores, dificuldades, tristezas e decepções nessa jornada até aqui. Queria ter falado como 2013 foi um ano tenso e intenso e também foi o ano que eu me iniciei. Queria ter falado das confianças adquiridas e quebradas ao longo da jornada. Queria ter falado dos outros caminhos que a TCS me estimulou a caminhar, me apresentou e me apoiou quando nem quem eu considerava amigo na época, apoiava.


Mas eu me toquei chegando agora nesse momento do texto que a única coisa que eu quero falar é que sou grato. De peito aberto e com sinceridade. Bem grato mesmo, por todas essas pessoas incríveis que passaram pela minha vida, pelo padrinho mais bruxão que alguém poderia pedir (te amo Agathos) e pela melhor iniciadora que o universo poderia me proporcionar (te amo Naelyan). Eu também pensei em agradecer aos Deuses e aos espíritos, e aos mortos e aos Dragões. Mas deixa pra outra hora. Agora eu quero só mostrar minha carinha de cansado, de senhorzinho de quase 30 anos e de felicidade depois do meu rito de renovação de votos iniciáticos que fiz nessa madrugada do dia 12 pro dia 13.


E não tem como agradecer sem falar da nossa Rainha e do nosso Rei. Da nossa Lua e do nosso Sol. Obrigado Hécate e Pan, por continuarem me inspirando e me apoiando mesmo quando eu me engracei com outros amores pelas estradas. Essa jornada também é sobre vocês.


7 anos de iniciado. Quem diria!
Que venham mais 7, sob as bençãos do Cronocrata!

Álex Hylaios

Conversas de um sátiro que mora na cidade sobre vida, cotidiano, magia e paganismos. Senta na grama mesmo!

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